Alopecia Androgenética – Calvície: Porque hoje só fica careca quem quer!

Dr. Vinícius Berticelli

Dr. Vinícius Berticelli

RQE 26.067/RS | 17.810/SC

Alopecia Androgenética, este é o nome verdadeiro da doença que chamamos de Calvície. Como o próprio nome fala, ela tem muito da sua causa ligada à genética. Por isso uma das perguntas que sempre faço nas consultas sobre esta queixa é: “Quem na sua família é calvo? Olhe para a família do seu pai, mas principalmente da sua mãe.” Sim, a genética materna é a que mais influencia na quantidade de cabelo que teremos e que perderemos ao longo da vida. Outra questão sempre importante é: “O seu cabelo parece mais com o do seu pai, ou da sua mãe?” Também é uma questão bem importante para saber um pouco sobre o futuro do seu couro cabeludo.

 

Esclarecida a questão da genética, outro ponto muito importante é esclarecer ao paciente que a Alopecia Androgenética é uma doença crônica. Pense num paciente com pressão alta como exemplo. Se ele não toma seu medicamento, a pressão sobe e algum dia ele acaba tendo um infarto. No caso da Alopecia Androgenética é igual. Se o paciente não trata, um dia ela evoluirá para a calvície total. Outro aspecto que gosto de falar é que ela costuma ter dois picos de maior atividade, um próximo aos 25 anos e outro entre 35-45 anos de idade. São geralmente essas as fases em que devemos tratar assim que se percebe os primeiros sinais de redução do volume de cabelo.

 

Os sinais da Calvície, quando ainda inicial, são muito discretos. Ela não causa uma perda de fios perceptível, ou seja, você não verá mais fios no ralo, escova de cabelo ou travesseiro como em outras doenças capilares. Aqui os fios vão perdendo seu calibre, ficando finos, o que chamamos de miniaturização, lentamente. Quando a pessoa percebe que está com pouco cabelo, geralmente a doença já está instalada há anos, nessa forma silenciosa.

 

Neste momento o Dermatologista que sabe sobre Tricologia vai poder te ajudar. Feito o diagnóstico correto com a dermatoscopia capilar ou tricoscopia e iniciado o tratamento precocemente, a chance de frear a perda e inclusive aumentar a quantidade de cabelo são garantidas.

 

Sabemos que os tratamentos atuais não são os ideais, afinal, gostaríamos de ter a cura para a Calvície, assim como para a pressão alta da qual falei acima como exemplo. Mas não temos. Então lutaremos com as armas que temos. Os medicamentos que usamos infelizmente hoje são muito estigmatizados. A maioria dos homens que chegam ao consultório já usaram Minoxidil tópico e falam que não funcionou. E em praticamente 100% desses casos o medicamento foi usado de forma errada. Outro preconceito é com a Finasterida oral. Quase todos os homens tem medo de ficar impotentes ao tomá-la, o que raramente (menos que 1% dos casos) pode acontecer e ainda é totalmente reversível com a parada do medicamento.

 

Portanto, sempre preciso desfazer esses medos antes de partir para o tratamento. Hoje, para uso diário em casa, temos o Minoxidil tópico (líquido pro couro cabeludo) e em comprimidos (usado há poucos tempo). Além dele, a Finasterida para uso em comprimidos também tem eficácia cientificamente comprovada. Essas medicações estão liberadas para homens de qualquer idade. Para mulheres o Minoxidil pode ser usado em qualquer idade, mas a Finasterida só está liberada para mulheres que já passaram pela menopausa.

 

Um dos tratamentos que hoje já tem aprovação da Anvisa e também tem sua eficácia comprovada por estudos científicos sérios é o MMP Capilar. Essa técnica foi inventada por um Dermatologista brasileiro e hoje está ganhando o mundo. Já uso ela na minha rotina há alguns anos. Consiste na Microinfusão de Medicamentos na Pele (MMP), em que com uma máquina de tatuagem homologada para esta técnica, fazemos micropunturas, infiltrando medicamentos como Minoxidil, Finasterida e Vitaminas fortalecedoras dos fios diretamente no couro cabeludo. São feitas 3 a 5 sessões anuais, com 30 dias de intervalo entre cada uma. É um protocolo que aumenta muito a eficiência dos medicamentos usados em casa.

 

 

Existem outros medicamentos e técnicas disponíveis para o tratamento da Calvície, embora a grande maioria careça de estudos científicos que as comprovem realmente. Portanto, prefiro usar na minha rotina de atendimentos e em mim mesmo o que descrevi acima. Sou prova de que a doença grave pode ser tratada de forma muito satisfatória. Tenho Alopecia Androgenética desde os 18 anos. Hoje, mais de 20 anos após o início do meu tratamento, estou satisfeito com o seu resultado. Tenho convicção que se tivesse deixado para mais tarde, hoje já teria que ter recorrido ao implante capilar. Então por isso sempre afirmo: “Hoje só fica careca quem quer!”

 

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